Acho que faz parte das memórias de muitos da minha geração, as idas às compras a Tuy e as intermináveis horas de espera nas filas, para atravessar a fronteira no regresso.
Dessas horas que passávamos parados, ficaram as saídas do carro para eu e o irmão desentorpecermos as pernas e as corridas que demos por entre as árvores que ainda lá estão.
Andar de carro sempre foi para mim, um misto de prazer pela viagem e tortura pelo desconforto dos enjoos. Ainda hoje é assim.
Ir de Paredes de Coura a Espanha é andar de carrocel, mesmo sem ainda lá ter chegado.
Percorrer os corredores dum supermercado espanhol a controlar-me para não fotografar todos os rótulos fantásticos que descobria. Tirar a fotografia de um que, não sendo dos mais bonitos, era em papel, o que torna tudo mais fácil quando se luta contra os reflexos duma iluminação artificial.
Revi os rebuçados com forma de gomos de laranja e limão e voltei a comer os caramelos recheados com pinhões.
Olhar para ela, o meu amor vestido de amora.
O porta-moedas que escolheu, é uma descoberta gostar de coisas com mais do dobro da idade dela.
Olhar para ela, o meu amor vestido de amora.
O porta-moedas que escolheu, é uma descoberta gostar de coisas com mais do dobro da idade dela.
Eram 15, foram as primeiras e as últimas.
Durante os anos que vivemos em Esposende esforcei-me por criar e manter uma tradição que também tinha com os meus pais, aproveitar as Silvas da beira de estrada para colher amoras e fazer compota.
Quebrada a tradição, resta este blogue para me fazer lembrar e provar que sim, naquela altura eu era mesmo feliz.
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