Tive uma dificuldade enorme em seleccionar este conjunto de fotografias. Primeiro por serem muitas e não queria tornar este post demasiado extenso, depois porque algumas, agora vistas à distância, me pareceram revelar demais da identidade e intimidade da pessoa responsável por este estabelecimento.
Nunca tirei tantas fotografias num espaço tão exíguo, talvez porque nunca encontrasse tanta coisa num só espaço.
Da curta conversa com o proprietário ficou a explicação para o tecto vermelho, do clube do coração e para a inexistência de pregos em metal, mas para o preciosismo do uso de pregos invisíveis em madeira.
Das pessoas que ainda o visitam para uns copos e para uns dedos de conversa.
A história da cadeira de rodas e da perna que lhe foi cortada.
Depois foi o perder-me por entre uma loja de aldeia que reune Mercearia, Drogaria e Tasca.
Por entre artigos que já não se vendem, marcas que deixaram de existir, rótulos que fizeram história, publicidades que fazem parte das nossas memórias, há um homem que resiste e insiste.
Um homem que mantém uma loja, ainda estranhamente aberta ao público... e se nota ficou perdido no tempo, talvez naquele em que perdeu a perna.
Há mundos perdidos com pessoas perdidas neles.
Há mundos perdidos com pessoas perdidas neles.
Comovo-me ao ler e ver esta publicação. Precisamente esta semana, vi na rtp2 uma reportagem sobre lugares perdidos mas também (ainda) esquecidos no tempo. Lugares de beleza rara onde a solidão é a companhia das poucas gentes que ainda os habitam. Aquela reportagem disse-me muito e este post fez-me lá voltar.
ResponderEliminarPerdido no tempo, perdido dentro de si mesmo...
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