Uma questão de raízes

14 setembro 2015






Sempre tive esta mania das plantas e de as fazer germinar. Levá-las a reproduzirem-se, arranjar-lhes ambientes propícios a que se multipliquem e depois sem o mínimo remorso, separar as mães das crias e começar tudo outra vez.

Em miúda semeava pevides de maçã, não com a intenção de criar um pomar, mas pelo prazer de acompanhar o crescimento. Atingiam o limite dum palmo e três folhas. Acabavam por morrer todas. Mais tarde aprendi que mesmo que se fizessem árvores teriam de ser enxertadas para dar maçãs de qualidade, mais tarde também aprendi a fazer enxertos.

Desde que vim para o Porto travei conhecimento com alguns dos profissionais do comércio local, a senhora da mercearia que já convenci a encomendar os cogumelos, os donos da loja que vai fechar para dar lugar a mais um Hostel e as duas senhoras floristas.

Continuo a visitá-las todas as Quintas-Feiras. Venho de lá com um molho de folhas de Violetas, que vão buscar ao copo com água, onde as juntam à medida que as arranjam e um "volte sempre" tão sincero e convincente que me faz ter mesmo vontade de voltar.

Um dia podia ter sido Florista.

Não sei quanto tempo vou ainda poder ficar nesta casa. O Porto não quer senão turistas na baixa da cidade, torna-se difícil realizar a vontade de morar no centro, fazer parte dum bairro e criar raízes.
Aproveito todos os dias como se fossem o último, a partir deste mês o sol vai deixar de entrar pelas portadas da sala e vamos sentir ainda mais a chegada do Outono.

Talvez sejam um pouco forçadas a isso, mas é porque estão ambientadas, por aqui a única coisa a criar raízes, são mesmo as plantas.

A propósito, a minha casa num Mobile, aqui.

1 comentário :

  1. São tão lindas as tuas mudas de suculentas. Também gosto muito tenho algumas dessas. Acho fantástico a capacidade que têm de voltar a reproduzir-se de uma simples folhinha. Não sabia que podíamos germinar as violetas a partir das folhas... Humm tenho de experimentar. Gostava tanto de aprender um pouco mais.

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