Das obras e dos artistas

24 setembro 2015






































Muitos de nós temos obras ou artistas que elegemos. Pessoas que nos inspiram quando se trata de influenciarem o nosso trabalho ou simplesmente nos alimentam a vida pelo prazer de admirar o que criam.

Por vezes imagino possíveis conversas entre artistas que admiro, de áreas totalmente díspares.

Imagino o que diriam sobre as barbáries que muitas vezes se criam em torno da sua vida, dos mitos e lendas à volta dos seus métodos de trabalho, das crenças infundadas, dos naturalmente talentosos ou dos que apenas à custa de muito esforço conseguem "vingar"... Das artimanhas ardilosas, mas subtis, a que recorrem em busca  de auto-promoção.
Das histórias que eles próprios contam acerca de si e das histórias que outros contam deles.

Imagino muitos deles furiosos, outros indiferentes, outros revoltados por se sentirem injustiçados, outros ainda rejubilantes por se descobrirem beneficiados com a idiotice ou ingenuidade de uns quantos.

Descobri esta senhora numa das minhas breves incursões pelo Pinterest, não há muito tempo.

Chama-se Sheila Hicks e nasceu em 1934 e foi precisamente por aí, pela data do seu nascimento, que a minha admiração se tornou ainda maior, assim como o interesse em conhecer mais do seu trabalho relacionado com os têxteis e a forma como trata os fios.

Da influência que atrás referia, que podíamos ir buscar a quem admiramos, porque neste caso se trata dum trabalho duma artista, mas poderia ter uma outra origem qualquer, esta criadora ajudou-me a dar seguimento a um trabalho que eu já tinha iniciado em 2011 e que, por razões que na altura se impuseram (a minha total dedicação ao Avesso), me vi forçada a deixar de lado.

Imagino uma conversa com esta senhora sobre a origem do seu trabalho relacionado com os têxteis, as suas referências (dada a sua idade), a opinião acerca do que se faz hoje na mesma área, a forma como ela se revê ou não no trabalho de outros artista e como lida com isso. 
Imagino, mais nada.

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Este post não é completamente inocente, no sentido em que foi escrito com uma razão, que não apenas a que é habitual neste blogue, falar do que quero e quando quero.
Veio a propósito dum comentário que me deixaram aqui no blogue e que, não por ser uma crítica desconstrutiva feita de forma acobardada, mas apenas por ser anónimo, decidi não publicar. 

Haverá muitas formas de lidar com estas situações, tantas como as que já devem ter sido usadas por tantas outras pessoas, desde há tanto tempo...
Eu decido, ou consigo, lidar assim da forma que neste momento me parece ser a mais adequada, mas o tempo o dirá, o tempo ou seja quem fôr.

Imagino um tema que gostaria de ver discutido entre os artistas que falava há pouco, a propósito do conceito de inspiração, os débeis limites do que pode ser considerado, ou não, plágio. Da soberba de alguns se considerarem detentores duma linguagem única, purista ou duma certa forma, original.
Imagino uma resposta, prosaica, entre tantas possíveis, Presunção e água benta cada qual toma a que quer.

...

Para quem puder assistir, A Palavra aos Artistas.

1 comentário :

  1. Não me digas que chegou cá a "polícia das parecenças"? Agora deixaste-me curiosa, claro está. Em todo o caso gostei muito da tua reflexão. Beijinhos!

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