2015?

02 janeiro 2015



Depois de quatro anos sem conseguir reunir amigos à volta duma mesa em casa, a última noite do ano foi passada assim, em casa, com os amigos à volta da mesa, com uma refeição cozinhada por mim e por ela e o sentimento de que algumas coisas possivelmente voltaram a entrar nos eixos. Os eixos em que correm, não serão mais os mesmos e nem é isso que se espera, mudamos tanto nos últimos tempos que parte do passado foi mesmo enterrado e não lhe sentimos a falta. Este caminho que agora se vislumbra é um caminho novo, cheio de incógnitas, não o conheço e ando às apalpadelas mas é um terreno limpo... 
Melhor assim, do que o caminho minado, em que a todo o momento uma explosão me arrancava um pedaço de mim. Recuperei-me, vou-me recuperando com um esforço que a todos os instantes me surpreende, superando-me a cada dia, reconstituindo um corpo que de quase desfeito foi necessário reconstruir parte dele. 
Comecei pelas mãos, são a parte do corpo mais valiosa, depois dos olhos que as vigiam, com elas fiz tudo o que podia e mais o que não sabia mas procurei aprender. E aprendi e ainda hei-de de aprender muito mais, assim me permitam as mãos e os olhos que depois de as vigiarem e se ocuparem em ver o que fazem, relatam ao meu cérebro o que o seu trabalho lhes revela.
Não sou de fazer listas, quer dizer sou, gosto de enumerar tarefas que preciso fazer e depois ir marcando, na agenda, à medida que as concretizo. É uma coisa nova no meu dia a dia, que me tem ajudado a encontrar-me quando ando meio perdida, mas são tarefas burocráticas, obrigatórias a quem tem de gerir um qutidiano cheio de regras, para as quais não estava preparado. 
Com as listas que se fazem para compras a relação é outra. Chego a escrevê-las, com detalhes minuciosos, cheias de boas intenções para poupar tempo e dinheiro, mas depois quando chega o momento em que as deveria tirar do bolso e consultá-las, há uma força maior que me segura a mão e me impele a testar-me, a testar a minha capacidade de organização, uma espécie de jogo da memória, em que geralmente perco.
Não faço, nem me imagino a vir a fazer listas de objectivos para realizar ao longo do ano, listas tão comuns entre a maioria que faz dos seus blogues uma espécie de diário público. No meu diário público não há lugar para listas (porque não as faço) nem para outras coisas, porque as decido guardar só para mim. Claro que mentalmente vou pensando no que gostaria de alcançar, nos problemas que gostaria de conseguir resolver, nas mágoas que me ocupam os dias e noites e não deixam lugar a sorrisos mais descarados, mas isso vai mudando de dia para dia... 
Comecei o ano como sempre começo, com a esperança mais renovada que no anterior. Este ano foi melhor do que o anterior, 2014 foi melhor que 2013 que tinha sido o pior de todos, é nesta incerteza que nos agarramos fervorosamente à esperança e nos lançamos desenfreados em busca desse desconhecido cheio de promessas.
Por isso, sem listas nem grandes objectivos concretos, só espero ter o que mais me pode fazer falta para concretizar tudo aquilo com que sonho, saúde.
Um bom ano para todos, com o que de bom desejarem e alguma coisa mais!

10 comentários :

  1. Que o ano que agora começa te traga muitas concretizações e sorrisos, tanto a nível pessoal como profissional .
    Beijinhos

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  2. Feliz Ano Novo, que a saúde esteja ao seu lado para continuar com esse lindo trabalho e estar, feliz, entre os seus.
    Um abraço,

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  3. Respostas
    1. Um bom ano e que bom encontrar-te por aqui! : )

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  4. Fico feliz em saber :) que este ano seja melhor que o passado e que se colham bons frutos. Um abraço à mãe e à filha.

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    1. Obrigada Virgínia, um bom ano para todos aí em casa.*

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