Já na estrada, a caminho da festa em honra de São Martinho, paramos para cumprimentar uma vizinha, a Tia Isaltina.
Elogiamos-lhe os bonitos e longos cabelos brancos, que se apressou a explicar a razão de estarem soltos, enquanto despia a bata que pousou numa pedra ali ao lado, contou que estava a pentear o cabelo e não queria sujar a roupa.
Era Domingo.
Era Domingo.
Lembrou-me a minha avó Ermelinda, depois dela nunca mais voltei a ver um cabelo branco, assim, à espera de ser enrolado e preso com travessões.
Uma senhora com cerca de 80 anos com uma energia invejável e sempre com um sorriso pelo meio da conversa sobre a vida.
Mas estava tudo ali, ou o mais importante, o trabalho de apanhar a azeitona e demolhá-la, a vassoura feita de giestas, os molhos de lenha, a disposição dos vasos em pequenos jardins, os panos aqui e ali a corar, a água e o prato para o gato, o único que vi, amarelo e grande como o companheiro de horta da minha avó, que apesar de não reconhecer em voz alta, sentia a falta do Mosquito a roçar-se no avental, mesmo que fosse para o poder afugentar.
Mas estava tudo ali, ou o mais importante, o trabalho de apanhar a azeitona e demolhá-la, a vassoura feita de giestas, os molhos de lenha, a disposição dos vasos em pequenos jardins, os panos aqui e ali a corar, a água e o prato para o gato, o único que vi, amarelo e grande como o companheiro de horta da minha avó, que apesar de não reconhecer em voz alta, sentia a falta do Mosquito a roçar-se no avental, mesmo que fosse para o poder afugentar.
Cantou para todos nós e foi como se tivesse cantado para cada um em especial.
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