Por estes dias

26 julho 2016









Ainda a aprender a conhecer a casa onde vivo desde há sete meses, não tem sido fácil a relação com esta estação do ano, assim como já tinha sido difícil com o Inverno.

Como uma casa típica do Porto e já centenária, as paredes de granito bastantes frias nos meses de Inverno tornam-se agradavelmente frescas no pico do Verão. 

Estando a casa dividida em três pisos, calhou-me o mais temperado no Inverno, mas o mais quente no Verão.
Na parte debaixo da casa, posteriormente transformada numa cave, depois de ter dido retirada toda a terra, a temperatura é tão baixa que se torna agradável nestes dias mais quentes. 
O piso intermédio é agora o mais ameno e apetece passar os dias na cozinha com as portas abertas para o quintal.
O piso de cima, principalmente onde trabalho, virado a nascente, é insuportavelmente quente, apanhando todo o sol que se esquivou durante o resto do ano.

Por estes dias não tem sido fácil aguentar estas temperaturas ao mesmo tempo que se trabalha com lãs, fazendas e burel, mas quando se gosta gosta-se e ter esta luz compensa tudo o resto, quero aproveitá-la toda, pois daqui a uns meses volta a penumbra.

Já há tempos escrevi um post sobre o termos a sorte de ser lembrados quando alguém se quer desfazer de algo que para si se tornou dispensável, mas que sabe que o bom estado da "coisa" ainda poderá tornar a vir a ser útil a alguém.

Foi uma surpresa receber pelo correio uma Máquina Noveladora antiga e já fora de uso. Apenas tive de comprar um pequeno acessório que faltava, facilmente encontrado numa loja aqui do Porto especializada em material de costura e que ainda tem stok peças antigas de máquinas que caíram em desuso. Ficou apta a trabalhar. 
Uma ferramenta antiga nova que se tem revelado uma preciosa ajuda. Tenho-a usado para fazer novelos dos fios que apenas tenho em cones grandes, pois assim consigo transportar o trabalho para todo o lado, tenho criado novos fios, misturando dois fios diferentes de forma a obter os mesclados que tanto gosto de usar, é muito mais fácil trabalhar o fio já novelado, do que trabalhar com dois em separado que estão constantemente a torcer-se um no outro e quando os fios são demasiado finos para o que preciso, novelo-os usando vários, conseguido assim trabalhar um fio grosso e apenas num só novelo.

Claro que se perde tempo a fazer os novelos e apetece fazer novelos de tudo, pois a forma como se conseguem organizar por cores e o manuseamento que permitem, dá-nos um entusiasmo difícil de controlar.

Um pequeno colaborador que além de ocupar pouco espaço é manual, o que facilita tudo.

Pelo meio da semana e durante um saída rápida em busca dum quiosque, que não foi assim tão rápida pois ainda me estou a familiarizar com a zona, descobri uma planta que apenas conhecia dos livros, uma Setcreasea commelinaceae, que agora espero venha a ganhar raízes para poder ser transplantada. 

Não há crime ao roubar plantas abandonadas em jardins alheios, pelo menos foi o que aprendi com a avó Maria Amélia.

Prometi que mal fizesse os primeiros novelos os mostrava, uma prova da enorme utilidade desta pequena máquina que infelizmente estava parada desde há anos... mas que agora volta a cumprir funções de forma tão eficiente. 

Obrigada querida Paula pela lembrança!

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