Manu Je t'aime

21 junho 2016



Passados muitos anos depois da última vez em que recebi uma chamada desconhecida para ir buscar o meu filho ao Hospital, ontem recebi um telefonema de alguém que dizia ter um gato (equivalente em matéria de acelaração de pulsações) muito mansinho mas muito assustado no pátio da sua casa. 
Bem haja a vizinha simpática que comprovou a utilidade da coleira nova. Quanto ao gato, depois de ter avançado quatro números na rua, fui encontrá-lo escondido debaixo dumas cadeiras. 

À vizinha limitei-me a pedir desculpa pelo incómodo e agradecer a atenção, mas evitei, não fosse achar-me ingrata, esclarecê-la de que aquele ar de assustado de quem não sabe o que fazer para sair dali, era enganador e escondia as verdadeiras intenções, estava apenas à espera de a apanhar desprevenida para lhe entrar em casa à sucapa. 

Até porque mais tarde ou mais cedo, ela vai descobrir isso.

...

Acreditar que têm sete vidas é uma maneira bonita que encontramos para nos enchermos de esperanças de que nunca os perdemos.

Quanto a mim o que não perco em vidas, tenho ganho em sustos. 
...


Ainda procura dormir encostado às almofadas ou nas minhas costas enquanto trabalho na secretária.
É preciso avisá-lo que o Verão está a chegar!
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Talvez o melhor diálogo sobre gatos do cinema, neste filme do Alain Resnais de 1968.
A explicação para a razão da nossa existência está centrada nas vidas deles e se são sete, temos muitos anos pela frente.

2 comentários :

  1. Tenho três = sustos a triplicar!!!
    Sim, nós ficamos com as neuroses e Eles com o poder de as dissipar através de turras e todo o tipo de mimo que possamos imaginar :)

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    1. É verdade que têm um poder imenso, a que nos rendemos por completo.
      : )

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