Diário duma casa.

08 outubro 2015







No mesmo dia em que a Arruda entrou nesta casa foi-nos deixado um hóspede. 
Foi-nos literalmente depositado pela borboleta que passou por cá, mas isso só descobri dias depois.

Podia ter deixado a lagarta exactamente no mesmo sítio, no vaso da arruda na varanda, podia fazer de conta que não a tinha vista e deixá-la ao deus dará, exposta às pombas e às gaivotas, sujeita a ser levada por uma lufada de vento... 
Decidi contrariar o ciclo natural de todo o processo, que neste caso podia ser muito curto e prolongá-lo, esperando que o ciclo se feche e eu o possa acompanhar do princípio ao fim, ou quase.

Isto foi há uma semana, entretanto já cresceu e a Arruda que estava no vaso já desapareceu. 
Contrariar o ciclo da natureza teve algumas consequências, a mais visível foi o acelaramento no crescimento do animal, porque é dum animal que se trata pela quantidade e forma como come, ou devora.
Por causa disso tive de recorrer às minhas vizinhas Floristas para me fornecerem de Arruda. As senhoras riram-se do episódio e no dia seguinte lá fui buscar uns ramos que colheram do próprio quintal.
Entregaram-ma com um sorriso malicioso e um aviso, Olhe que eu acho que leva aí mais uma.

Uma das mudanças na rotina do animal, pelo facto de estar dentro de casa, é que os horários para se alimentar são alterados pela luz artificial, conclusão está baralhada, come durante o dia e durante a noite e cresce a olhos vistos.

Se da fruta trazida pelo meu pai, havia pequeninas lagartas a trepar pelas paredes da cozinha e que serviam de aperitivo ao gato, desta nem se aproxima e não deve ser apenas pelo cheiro da Arruda, acho que o tamanho o deixa intimidado.

Aqui em casa há quem me considere estranha por dar atenção a uma lagarta, quanto a ela, não me estranhou e acho que já se habituou a mim.

Já fiz marmelada, já usamos marmelo e abóbora por descascar (para não se desfazer) em estufados com legumes variados, a M já fez Crumble de maçã e agora que os marmelos já acabaram, chegaram mais feijocas, é altura das castanhas, para além das assadas no forno, aceitamos sugestões.
...

Das vezes que a  minha casa foi escolhida para ser hospedaria, ficaram estas imagens dos hóspedes.

4 comentários :

  1. coisas boas : )
    sempre essa leveza nas tuas imagens. que sejas presenteada com a leveza de asas de borboleta em breve, a seu tempo.
    para as castanhas - puré de castanhas *

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  2. Obrigada querida Sara pelas palavras e pela lembrança, há muito que não fazemos puré de castanha e gostamos bastante. : )

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  3. acho que depois passam a ter uma borboleta a viver aí em casa... com tanta atenção e delicadeza, não vai querer sair a voar pela janela!
    quanto às castanhas, ainda esta semana fiz um delicioso coelho com meia dúzia de castanhas que nos ofereceram... o meu rapazola adorou! há uns anos lembro-me de ter adorado um doce de castanha que comi no Gerês... barrado em torradas era divinal... pena não saber a receita nem ter quem mas ofereça em quantidade suficiente para o poder testar!
    beijinhos da costa alentejana, Xana

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  4. Xana se entretanto descobrires esse, ou outro, doce de castanha avisa! Por aqui não somos muito adeptas de carne, por isso um creme para barrar pão era uma boa ideia! : )

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