A melhor WORST TOUR

Afinal as minhas tours são como as deles, as piores. 

Começamos pela parte alta da cidade, pela frente os telhados, pelas costas os quintais.

Ainda há quintais disponíveis para serem cultivados e é possível criar uma pequena horta no coração da cidade.

Atravessar ilhas em que apetece viver, ilhas a sério mas sem a claustrofobia das outras.
Há roupas estendidas que vão duma parede à outra. Plantam-se jardins em frente às portas e em todas as ruas há gatos ao sol e são todos amarelos porque a família é a mesma o que faz deles parentes.

Uma colecção de cacos colhida nas hortas. Nas hortas e nos caminhos da encosta do rio. Os mesmos que eu via da ponte quando atravessava o rio para o Porto, ainda antes de terem arrasado as casas, mesmo quando ainda morava gente.

A Gui, a "pior" guia turística que conheci até hoje, fez questão de nos levar ao Centro Comercial Stop, onde não entrava há mais de vinte anos, quando ía com o meu irmão a lojas de troca de jogos para o Spectrum.

Este é o Porto que eu gosto, a cidade que sinto como minha e estas são as tours mais politicamente correctas, pois mostram a realidade duma cidade, que é o que é e que fruto de interesses maiores, que não os das pessoas que a habitam,  muda a cada dia e nem sempre para melhor.

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