Valha-me o meu S. João

Há muitos anos o S. João escreveu em verso o meu destino amoroso. Naquela noite andava-se em grupos enormes, pessoas que vinham e se juntavam. Corria-se o Porto todo de mãos dadas, às vezes sem saber a quem, leváva-se com o Martelo e com o Alho Porro, de vez em quando um cheirinho de cidreira caridoso e romântico, fazia-nos uma festa na cara, romântico como o são os Manjericos. E continua a não haver ruas mais bonitas do que as do Porto, quando as vendedoras as cobrem de Manjericos.

É uma festa que nos deixa alegres e nostálgicos, como os balões quando sobem e se fica naquela angústia vai arder?, não vai?, não, já subiu e já vai longe...

Na nossa casa não temos manjerico por opção, mas vamos fazer uma bandeirinha e nela vamos escrever em verso um desejo para a mudança que aí vem. Um destino em verso escrito a quatro mãos, as de nós os três e do Santinho e que ele nos ajude, que eu não sou crente mas quem carrega nos braços um cordeiro, só pode ser boa pessoa!
Ainda faltam uns dias, mas já deu para perceber que, passados tantos anos, vai ser uma fase da vida mais uma vez marcada por esta data. Até lá, talvez ainda deixe entrar em casa um Manjerico e quanto ao que por aí vem, valha-me o meu S. João, que eu sozinha não sei se consigo dar conta do recado.