Coisas da vida, a minha.

09 março 2014






Quase a fazer 43 anos e ainda tanto por conhecer e fazer. Não, não vou aqui entrar em grandes reflecções, já tomei a dose de medicamentos diária, (sim com receita médica, que eu não me auto-medico, pelo menos com remédios) e sob esta doce e algo enganadora tranquilidade, poderia correr o risco de cair em sentimentalismos e até quem sabe verter umas quantas, bastantes, lágrimas. O que iria contrariar a finalidade dos medicamentos e fazer-me duvidar ainda mais da eficácia do tratamento. 
Lamento não ter conhecido Roberto Nobre mais cedo. É que lamento mesmo, custa-me pensar que há tantas coisas bonitas e que vê-las me faz sentir tão bem, às vezes mais do que os medicamentos. 
E nem imaginam o que me passa pela cabeça e o que seria eu capaz de fazer usando estas ilustrações...
Foi através do Almanak Silva que descobri este livro e vale a pena ler o que diz sobre ele.
Estamos no mês das Camélias que, quer se queira quer não, são flores especiais. Como tudo o que é delicado, são frágeis e efémeras. As do ramo que usei quando me casei, não chegaram sequer ao fim da cerimónia, eram brancas, duma variedade específica, iguais às que me colhiam na árvore da nossa rua, mas as extremidades eram já cor de ferrugem, o que acabou por lhes atribuir uma beleza simbólica. Estas flores não murcham, enferrujam.
Ando sempre atrás destes padrões antigos e ainda bem que a minha avó tinha por costume encapar os cadernos de receitas, sendo certo que dou mais valor ao papel que servia para proteger do que o que era protegido.
Gosto de ter nas mãos um livro escrito à mão pela minha avó Maria Amélia em 1954 e quem quiser receitas de compotas variadas... disponha.
...
Esta semana foi recheada de descobertas, boas e menos boas, mas ninguém quer saber das desgraças alheias.
Deixo aqui apenas o excerto que publiquei no Facebook e que tanto sentido me fez por estes dias. Cada vez gosto mais da Clarice Lispector.

2 comentários :

  1. Hoje falaram-me de compota de violetas :) deve ser algo maravilhoso.
    Boa noite*

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    1. Vou investigar... De violetas já comi as pétalas cristalizadas e frescas em saladas. Boa noite para ti*

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