Março

20 março 2012





Dele herdei e sei que foi dele, não só o ar sisudo que às vezes me enche a cara, mas outras características mais simpáticas, como a ligação à terra (não literalmente pois nem sempre temos os pés assentes, nem ele, nem eu), às plantas e às flores.

É verdade que de todas as pessoas da minha vida o meu pai é quem mais vezes me oferece flores, flores a sério, das que cheiram e crescem ao sol, nascidas nos campos e nas árvores, muitas delas plantadas por ele. 

Ontem fez anos, retribuí com um ramo de pampilhos amarelos, são as primeiras flores que me lembro de colher em miúda, pampilhos e papoilas, as primeiras, aqui neste campo que era dos meus avós, as outras, nas planícies do Alentejo. 
As papoilas ficaram para sempre associadas às férias passadas no sul, estas flores amarelas, aos colares, aos ramos que punha nas jarras da minha avó, a esta terra e à minha vida e ao meu pai.

4 comentários :

  1. O gosto, o conhecimento e a vivência da terra. Uma herança que não tive, mas que gostava muito de construir.
    Lindas fotos.

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  2. Uma vivência que começou desde sempre e que foi natural, mas que só agora nesta idade se percebe a importância que teve na formação da personalidade, é engraçado ir descobrindo isso aos poucos! Obrigada.

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  3. E que sorte ter um pai que te oferece flores :)

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    1. Sim, é verdade. Ainda agora me traz ramos colhidos por ele. : )

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