45 e 8 dias

19 abril 2016























Há datas que se sobrepõem a outras. Não as escolhemos, não são ditadas por nós, subjugadas à nossa responsabilidade. Os acontecimentos que as marcam como especiais, são-nos involuntários e surgem como pequenos milagres dos quais já não estávamos à espera.

Assim tem acontecido desde que começou 2016. Esta data já se sobrepôs a outra menos boa, mas também marcante.
Este ano vai, já está, a marcar uma mudança de era, a minha.

Um dos maiores prazeres é o que retiro do meu trabalho e é dele que se trata neste momento, não  que de repente algo acontecesse, do pé para a mão, nada acontece assim, são muitos anos de investimento  e dedicação que a esta data começam apenas a ser reconhecidos.

E se a idade conta, esta conta muito, 45 anos e 8 dias.

Com esta idade a minha vida dá uma nova volta e se por algumas razões que me fazem sentir o seu peso e luto e resigno-me para aceitar o avançar do tempo, outras fazem-me sentir e acreditar que ainda há muito por fazer e a vida ainda me reserva muito, de bom?, para viver.
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Da exposição, Wolfgang Tillmans, No limiar da visibilidade. Em Serralves.
  
Do filme, Ordet (A Palavra), de Carl Dreyer, Dinamarca 1955

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