A florista que há em mim

18 março 2016


Durante o ano que vivi na Cordoaria, fiz amizade com duas senhoras floristas, as mais simpáticas dos Clérigos. Ainda hoje sempre que lá passo, páro para as cumprimentar, foi uma promessa.

Descobri por acaso a Florista que também vende legumes da minha rua, é tão pequena e discreta que passa despercebida e leva-me a crer que não se quer assumir nem como uma coisa nem outra.

Esta afinidade natural com floristas deixa-me intrigada, chego a imaginar que talvez seja uma espécie de empatia que se traduz  numa aura colorida e que só alguns pressentem. 

Sei que quando me deu o ramo para as mãos, dei por mim a aproximá-lo da cara para lhe sentir o cheiro. Talvez tenha sido esse gesto, que ela não pôde deixar de reparar, a mostrar-lhe o que nos une.  

Entrei para comprar flores e saí de lá com limões. Já eu ía no passeio quando a ouvi chamar-me, tinha corrido para a porta para me perguntar se queria uns verdes.

Sem comentários:

Enviar um comentário